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"Você sabe o que eu quero dizer, não tá escrito nos outdoors. Por mais que a gente grite, o silêncio é sempre maior" (Engenheiros do Hawaii)

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Primeiros Traços

Hoje, acredito começar um momento novo na minha vida. Talvez seja motivo para risos. Afinal, isso é só um blog, não é mesmo? Um lugar comumente usado como um diário, álbum de fotos, e além do mais, é "coisa de Internet", é descartável. Eu não penso assim. Inspiro-me em uma frase, na verdade um questionamento, de Dominique Vuitton (desculpem-me se não for dele, sou péssimo para alguns nomes), dita em uma entrevista para o Canal Futura. Ele indaga o porquê de a Internet ser um meio de comunicação tão difundido atualmente, e ao mesmo tempo, um meio tão desacreditado. Ou seja: usamos a Internet constantemente, mas creditamos a ela um papel secundário, pois as informações nela veiculadas não são totalmente dignas de credibilidade. Acho que não: vejo na Internet um lugar para multiplicar notícias, desde que com reponsabilidade, como supostamente fazem alguns veículos "reais" de comunicação ( e eu grifo supostamente mesmo, devido o caráter tendencioso de parcela expressiva dos meios de circulação de notícias).
Com isso, não quero dizer que os blogs usados como agendas, álbuns, local de desabafos, sejam menores. Eu também, se julgar necessário, farei isso. No entanto, eu vejo essa forma de utilização como apenas uma das formas possíveis de expressão da nossa subjetividade. Podemos usar esse espaço como instrumento de divulgação de idéias, nossas ou de outras pessoas, de troca de experiências, de interação. Reforço o que já disse antes sobre a propagação da notícia com uma passagem de Ciro Marcondes, do livro Até que ponto, de fato, comunicamos? Em determinada parte, o autor cita o sociólogo Niklas Luhmann, o qual afirmava que a comunicação não serve para transferir informação, já que nós não nos desfazemos da notícia que comunicamos; o que fazemos, de fato, é multiplicar a informação. Eis um bom meio para tanto.
Àqueles que se interessarem, poderão encontrar aqui versos que eu escrevo (que eu não defino como poesia por não saber o que seja, realmente, poesia), artigos, notícias gerais (o que couber). Minha imaginação vai poder fluir em um local onde eu não precise me submeter (sem querer) aos limites das produções às quais somos estimulados no dia-a-dia de estudantes. Recentemente, eu disse a algumas pessoas que não consigo me fixar em um tema só na leitura e na escrita, e na busca por querer saber de tudo, acabo não sabendo de nada. Postar textos aqui vai me possibilitar decidir um rumo a seguir.
Não vou me deixar inibir pelo risco de alguém fazer o famoso "Ctrl C, Ctrl V" na minha produção. Tudo que eu escrever, deixarei as referências, a fim de estimular os leitores a compartilharem das minhas experiências de conhecimento. Talvez eu esteja sendo pretensioso demais; talvez isso não cause impacto em ninguém além de mim. Vou deixar aqui a fragilidade da minha escrita, na busca incessante de me fazer entender, e de me aperfeiçoar cada vez mais. A quem interessar possa, agradeço a atenção.
Encerro essa introdução com uma frase de Ruth Rocha e um poema de Mário Faustino, textos dos quais talvez eu não entenda o sentido, mas me causam uma sensação muito boa:

"Sejam palavras bonitas ou sejam palavras feias; seja mentira ou sejam verdade, ou sejam verdades meias; são sempre muito importantes as coisas que a gente fala". ( extraído do livro Lutar com Palavras: Coesão e Coerência, de Irandé Antunes)

Vida toda linguagem

Vida toda linguagem,
frase perfeita sempre, talvez verso,
geralmente sem qualquer adjetivo,
coluna sem ornamento, geralmente partida.
Vida toda linguagem,
há entretanto um verbo, um verbo sempre, e um nome
aqui, ali, assegurando a perfeição
eterna do período, talvez verso,
talvez interjetivo, verso, verso.
Vida toda linguagem,
feto sugando em língua compassiva o sangue que criança espalhará – oh metáfora ativa!
leite jorrado em fonte adolescente,
sêmen de homens maduros, verbo, verbo.
Vida toda linguagem,
bem o conhecem velhos que repetem,
contra negras janelas, cintilantes imagens
que lhes estrelam turvas trajetórias.
Vida toda linguagem–
como todos sabemos
conjugar esses verbos, nomear
esses nomes:
amar, fazer, destruir,
homem, mulher e besta, diabo e anjo
e deus talvez, e nada.
Vida toda linguagem, vida sempre perfeita,
imperfeitos somente os vocábulos mortos
com que um homem jovem, nos terraços do inverno, contra a chuva,
tenta fazê-la eterna – como se lhe faltasse
outra, imortal sintaxe
à vida que é perfeita
língua
eterna.
(disponível em: http://www.sibila.com.br/batepro21erradofertil.html)

P.S: Eu não sou um expert em Internet, mas aos poucos vou aprendendo a entendê-la. Se o texto ficar muito ruim de ler, ou qualquer detalhe técncio faltar, por favor, minhas desculpas.

Um comentário:

Fernanda Dino disse...

Muito bom saber que vc agora também tem um blog. Em breve voltarei a atualizar o meu, viu? E, sobre o que vc diz em seu texto, acho q a internet ou qualquer outro espaço serve para cada um utilizar da forma como achar melhor, desde que com responsabilidade. Para todo tipo de texto, blog, assunto, há um público, né? Bjão e boa sorte com o blog!