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"Você sabe o que eu quero dizer, não tá escrito nos outdoors. Por mais que a gente grite, o silêncio é sempre maior" (Engenheiros do Hawaii)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Abre Parênteses

Há algum tempo, eu pensava em publicar um livro de poesias chamado "Traços Esparsos" (ainda espero ter essa oportunidade). Imaginei a distribuição do livro em partes, e a primeira parte seria "Abre Parênteses", com uma poesia-prefácio de nome "Duas Palavras".

Reuni palavras desconexas,
Formulei mensagens abstratas, imperceptíveis,
Resistentes ao sopro da adversidade,
Impotentes diante das lágrimas do tempo
Que logo passa, tudo passa
E vira só mais um lamento, um breve momento.
Meus versos não foram feitos por burocratas,
Tão repletos de metáforas atrasadas,
Preenchendo linhas tão linhas de dificultar.
Meus versos cabem em bocas inteiros,
Fáceis de pronunciar, difíceis de guardar
Num canto de memória que seja,
Num resto de cardápio sobre a mesa
São traços esparsos, poeira ao vento,
Cantos indecifráveis do meu tormento,
Dessa alma que não quer sofrer,
Sofre, mas não quer saber
Se sofre por amar ou se ama pra sofrer.
E se deixei palavras que não dissesse,
E se faltaram histórias que eu não contasse,
Culpo apenas minha vida, e os dicionários
Que deixaram meus versos tão incompletos.
Sinto que no final dessa estrada,
Que ainda não pude encontrar,
Logo ao longe divisarei o meu caminho,
E ao longe direi do meu destino
Nada sobrou que eu não falasse.
(Composta entre 25/07/2006 e 03/08/2006)


Um comentário:

Cássia Sousa disse...

Adorei o poema q vc deixou no meu blog. Vc se sairia um baita de um poeta gótico, se esse fosse o seu estilo, rsrs. Gostei também deste outro q acabei de ler. Amo a simplicidade em poemas. Parabéns!