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sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Desnudando(-se) Eu, Farrapo

Capa de Eu, Farrapo, de Maciel Ferreira de Lima. 
Foto: Divulgação



Os caminhos, muitas vezes, trazem marcas das trajetórias que nos constituem. Fazer exercícios de recuperação podem ajudar a nos (re)conhecermos mais, nossos processos, a criatividade que nos é marcante. Essas são algumas das provocações que podem ser evocadas já nas primeiras linhas de Eu, Farrapo (2020), do dançarino e pesquisador acadêmico Maciel Ferreira de Lima.

Num relato auto (biográfico/etnográfico) dos processos de criação artística do espetáculo Eu, Farrapo, para a conclusão de uma disciplina do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Alagoas, Maciel apresenta mais do que a dança, e como ela se entrelaça com a própria trajetória.

A vida de morador numa cidade da zona da Mata alagoana (Santana do Mundaú), a iniciação com dança, a vida em Diáspora pelo Brasil, a afirmação de homoafetividade, de descoberta e identificação com a religião de umbanda nos apresentam a diversidade cultural e existencial do autor de Eu, Farrapo.

Para além da descrição de processos artísticos, o livro nos apresenta a potência de um corpo que dança e vive no mundo. Chama a atenção, como tratado acima, do diálogo entre as artes cênicas e a Antropologia, a qual inclusive marca o autor mais fortemente por agora.

E as conexões também foram se articulando ao Eu, resenheiro. "Quem tem uma Farrapo, nunca está só". Enquanto estive com o livro, perdi minha carteira com os documentos, e mentalizei a frase da dedicatória. Após algum tempinho, o Uber em que eu estava apareceu para me devolver a carteira.

Outro detalhe é que Maciel assinou a dedicatória para nossos (à época) quatro gatos (Miúcha, Phante, Al Gatino e Gota Serena), mas colocou umas reticências ao final. Hoje, celebramos a chegada de Juliette Cheetara ^^.

Para além dessa feliz coincidência, o livro nos convida a (re) pensar nossas escolhas profissionais-pessoais-artísticas que acabam auxiliando a nós, fazedores de cultura, a incrementar nossos fazeres a partir de nossas auto-compreensões. Na dimensão religiosa, um alento para quem se compreende místico em sentido amplo, pendendo ao catolicismo (pela constituição familiar,) e à umbanda, pela busca espiritual dos últimos anos. Um relato vivo e pulsante de Maciel. Axé!


Para adquirir: tratar pelo Instagram @sandes.alessandra ou pelo telefone (82) 99626-7703 (Alessandra Sandes).

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