Rubinho, ao chegar em terceiro: em Silverstone 2008, nada de pedras no caminho dele.
Na atual temporada da Fórmula 1, correr contra os adversários é tarefa das mais complicadas. Correr contra a equipe, então, multiplica essa dificuldade. No Grande Prêmio da Inglaterra de 2008, realizado no último dia 06 de julho, em Silverstone, Felipe Massa e Kimi Raikkonen sentiram o impacto de mais um show de trapalhadas da Ferrari.
Para o brasileiro, o fim de semana já estava comprometido desde sexta-feira, quando bateu o carro no muro. Some-se a isso um problema na hora de ajustar o pneu traseiro esquerdo à Ferrari dele, ocorrido durante o treino oficial, impedindo-o de tentar uma volta rápida. Isso o fez largar em nono, sua pior posição no Grid este ano.
Em que pesem a chuva, garantia de corrida maluca, os erros de Felipe ao longo da prova e a falta de um bom acerto de carro para o GP, o certo é que a escuderia italiana também contribuiu para o mau resultado do piloto. Ele chegou na décima terceira e última posição, duas voltas atrás do vencedor da prova, Lewis Hamilton, da Mclaren.
Com Kimi Raikkonen, não foi diferente. Largando em terceiro, o finlandês tinha boas chances de ganhar a corrida: Heikki Kovalainen da Mclaren, em primeiro, e Mark Webber da RBR, em segundo, não conseguiram sustentar as posições iniciais.
Mas a Ferrari - cujo rendimento caiu bastante, desde a saída de Jean Todt da direção esportiva da escuderia, entrando em seu lugar Stefano Domenicalli - teve de errar com o atual campeão do mundo. Em um de seus pit-stops, a equipe resolveu colocar-lhe pneus intermediários, apostando que logo a pista secaria, apesar das previsões de que ainda haveria chuva. Ao cair o aguaceiro, o Homem de Gelo teve de guiar seu carro na ponta dos dedos, perdendo algumas posições. Entrou nos boxes mais uma vez, para desfazer a bagunça, e acabou chegando em quarto.
Para Rubens Barrichello, Nick Heidfeld e Lewis Hamilton, que dependeram apenas de si, a corrida foi quase sem obstáculos. Rubinho, a exemplo de 1999, quando arrasava correndo pela Stewart, teve uma performance brilhante. Largando em décimo sexto, o brasileiro da BAR Honda confirmou ser excelente na chuva, e chegou na terceira colocação, subindo ao pódio. Isso não acontecia desde o GP de Indianápolis, em 2005.
Heidfeld, por sua vez, abafou os rumores de que o bom desempenho do companheiro de BMW Sauber, Robert Kubica, estaria afetando suas performances. Em uma prova quase sem erros, marcada também por boas ultrapassagens, o piloto alemão chegou em segundo, e agora soma 36 pontos na quinta colocação do campeonato.
Outro que silenciou - ao menos por enquanto - as críticas, estas baseadas em um suposto "ataque de estrelismo", foi Hamilton. Superando as barbeiragens do treino oficial de sábado, o britânico guiou sua Mclaren com habilidade - afora um errinho aqui, outro acolá - até o lugar mais alto do pódio.
Com a vitória em casa, Lewis embaralhou ainda mais o campeonato: a diferença dele, o líder, para o quarto colocado, Kubica, é de dois pontos. Isso sem contar que Massa e Raikkonen, segundo e terceiro lugares, estão empatados com o britânico, todos três com 48 pontos.
Chegando na metade do campeonato, os quatro candidatos diretos ao título já mostraram que têm competência para brigar até o fim dessa equilibrada disputa. Resta que suas equipes trabalhem forte, e a favor de cada um deles.