Foto: Adoro Cinema
O bom de um filme como "Ensaio Sobre a Cegueira" estrear no Piauí com um mês e meio de atraso em relação ao Brasil (sendo que, nesse caso, o Piauí NÃO é considerado Brasil) é que ele vem mais apurado, permitindo aos donos dos cinemas que preparem surpresas temáticas, condizentes com a produção cinematográfica. No meu ingresso, por exemplo, vinha escrito assim:
"ENSAIO SOBRE A SEGUEIRA"
Isso fez meu psicológico agir: fiquei com a audição mais apurada [demolidor mode on/] e você não imagina como pode ser angustiante a espera pelo início de um filme: o cara da frente range o pacote de salgadinhos enquanto se ajeita em sua poltrona; outro abre uma latinha de refrigerante, e o estalido do anel metálico contra o resto da lata ecoa pela sala de projeção.
Pior que isso, começam os sussurros: daquele cara, grande erudito, que leu o livro e diz esperar que a produção seja "fiel à obra"; dos produtores de cinema local, que fazem relatos de suas próximas investidas no campo da Sétima Arte; da menina-cult, que já nem espera que o filme seja tão fiel ao livro, mas que faça uma profunda (re)leitura da primorosa ficção de José Saramago.
Todas essas vozes e sons e sussurros silenciam: começa o filme. Aliás, um trailer. Do filme concorrente, Os Desafinados, que também estreou na sexta, dia 24 de outubro. Você fica naquela: será que eu devia ter ido ver esse?
Que nada. Ensaio Sobre a Cegueira valeu o ingresso bunitinho. Pra não dar uma de estraga-prazeres e contar todos os detalhes, deixo minha impressão sobre o filme através de um pensamento:
Amigo leitor,
Ensaio Sobre a Cegueira me fez pensar que a vida é mesmo uma arte muito difícil e cheia de percalços. Mas o amanhã sempre vem pra trazer a esperança.
*shora emocionado e encerra o post....kilindu Y________Y*