Oi, sou eu

Minha foto
"Você sabe o que eu quero dizer, não tá escrito nos outdoors. Por mais que a gente grite, o silêncio é sempre maior" (Engenheiros do Hawaii)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Coragem pra conseguir vencer

Veronica Guerin, jornalista irlandesa

Até que ponto estamos dispostos a lutar por aquilo em que acreditamos? Tá, a pergunta é meio complicada para se responder assim, sem preparação (e algo séria de mais para um blog de tosquices). Mas fiquei pensando nisso quando terminei de assistir ao filme O Custo da Coragem, ontem, no Corujão.

O filme, como o título em português sugere, retrata as conseqüências das reportagens da jornalista irlandesa Veronica Guerin (Cate Blanchett). Ela denunciou, em 1994, um esquema de tráfico de drogas no país, que eram consumidas, principalmente, por pessoas até 14 anos de idade (mesmo na ficção, não foi nada legal ver uma criança injetando drogas em si mesma).

Veronica sofreu várias ameaças - que puseram em risco, inclusive, a vida da própria família - foi baleada, espancada, mas não desistiu. Ela sabia da importância, tanto profissional quanto para a sociedade, em desmanchar a quadrilha de traficantes. Conseguiu. Resultado: foi assassinada em 1996 (tá, contei o filme todo. Mas aqui o que conta é a forma como os fatos se desenrolam. Assista, okioki?). Mas atingiu seu objetivo.

Acredito que o mundo de hoje não mais seja propício para o surgimento de novos "mártires". E nem deve ser uma coisa esperada (eu mesmo não tenho coragem de morrer por uma causa. E você?). O que se espera é que não se tenha medo de correr atrás dos sonhos, não importa o quão irrealizáveis eles possam parecer (e muitos o são, de fato).

Seguir um objetivo de vida é um caminho perigoso: se, por um lado, nos faz organizar a vida em prol desta causa, por outro nos faz, em certos momentos, perder a noção. Enveredamos em situações que nos fogem do controle, voamos alto, tudo parece mais difícil. Mas penso que vale a pena.

Quero ser um jornalista insolente. Não daqueles que fazem perguntas apenas para irritar, mas que faça perguntas para buscar aquilo que há de mais profundo e verdadeiro em um fato. Quero ter a capacidade, a boa malícia de não apenas contar histórias como elas acontecem, mas de também saber o que contar, o que e como procurar o "algo a mais", o diferencial das notícias.

Veronica Guerin morreu, e deixou o exemplo. Não quero ser tão extremado. Eu preciso de muita gente, e, creio, muita gente precisa de mim vivo. Vou atrás daquilo em que acredito. Já será uma contribuição e tanto.

Se ainda tiver saco depois de ter chegado até aqui, acompanhe uma das músicas finais do filme, "Fields of Athenry":



(Se preocupe não, leitor habitual, eu volto logo pras atividades de sempre. Vem aí BBB G e Caminho das Índias. Até).

3 comentários:

Afonso disse...

Sou bem cético em relação a essas coisas. Hoje acho que não tem muita gente lutando por ideal, não. Cada um quer garantir o seu e pronto.

Mas, talvez por isso mesmo, é sempre bom ver alguém indo contra a corrente.

E que música é essa? Que voz estranha. Õ_O

Lígia disse...

morrer por um ideal me lembra "A Vida de David Gale". Eu não morreria, obrigada.

eu até vi que ia passar esse filme, mas não assisti. Já é a segunda vez que isso acontece. u_u

Lay disse...

não vi. E tenho ideais pelo quais morreria. aCHO.