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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Encontros e Despedidas

Ontem eu tanto quis assistir a filmes. Consegui. Dois de uma vez só, e na Globo. Sobrevivendo ao Natal é tão leve, tão direto, tão envolvente, tão legal! Mas não vim aqui falar dele. Vim falar de um filme que me deixou realmente angustiado (tive que sair da sala algumas vezes, fiquei meio nauseado com algumas cenas): Coisas Belas e Sujas.


O filme, do diretor Stephen Frears (o mesmo de A Rainha) aborda questões como imigração ilegal e tráfico de órgãos na Inglaterra. Na história, Okwe (Chiwetel Ejiofor, de O Plano Perfeito) é um médico nigeriano que trabalha como taxista e recepcionista do Baltic Hotel, em Londres. Ele se envolve com Senay (Audrey Tautou, de Amélie Poulain, mostrando ser uma atriz bastante versátil), uma turca que é camareira no hotel. Eles se atraem por ter um ponto em comum: a esperança de sair daquele país que tanto os hostiliza.

Ao encontrar um coração humano em um vaso de um dos quartos do Baltic, Okwe se vê envolvido numa investigação para desmanchar o esquema de um traficante de órgãos sem escrúpulos (como se pudesse haver um traficante de órgãos com escrúpulos), que troca um rim por um passaporte, uma esperança de fuga para os imigrantes ilegais.

Na projeção, Frears nos mostra o cotidiano de pessoas que saem de seus países em busca de algo melhor, e se vêem metidas em situações constrangedoras para sobreviver. Humilhação, péssimos empregos são a realidade de muitos deles. Outros, mais adaptados ao "habitus" do local , fazem coisas inacreditáveis - como traficar órgãos - em busca de uma "vida boa".

Lembrei-me da palestra que assisti de Marcos Uchôa - também um estrangeiro na terra da rainha Elizabeth, mas vivendo em excelentes condições - quando ele falou da precariedade dos hospitais britânicos, cujas condições de higiene, disse o jornalista, são péssimas. Uchôa atribuiu à terceirização dos serviços de limpeza - feitos por imigrantes - as precárias condições sanitárias dos hospitais.

Coisas Belas e Sujas, mesmo carregando um pouco nas tintas - razão do meu mal-estar - apresenta um lado do mundo que a gente pode até fingir que não existe, mas está lá, todos os dias, atingindo milhares de pessoas. Para reflexão.

6 comentários:

Afonso disse...

Eu tava vendo o começo, mas tive que ir dormir. Mas me deu insônia, resultado que nem dormi nem assisti.

Da série "comentários-o-que-importa-é-falar-da-minha-vida".

Lígia disse...

Passou? O_O

Queria ter visto! Que droga, nem sabia... u_u

Naara Celestino disse...

eu vi o sobrevivendo ao natal mas dps fui dormir...

Jorge André disse...

então. mas o filme é bom, qm puder, assista!

Mara Dallenna disse...

Depois ainda reclamam do Brasil...
Viver mal na sua terra ou pior na terra alheia??
Não assisti a nenhum dos dois filmes, dormi mto cedo msmo!

;)

Tamiris Lima disse...

Marmenine ... olha ai...Tô por fora das prgramações Aiaiaiai