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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O azarão e os azarados: Kimi Raikkonen, campeão da Fórmula 1 em 2007

Alheio aos conflitos internos de seus rivais, e à crise instaurada na equipe adversária, o Homem de Gelo conquista o título em uma das melhores provas da temporada



Em uma das disputas mais emocionantes dos últimos anos, o finlandês Kimi Matias Raikkonen, 28 anos, piloto da Ferrari, sagrou-se campeão mundial da Fórmula 1 em 2007, ao vencer o Grande Prêmio do Brasil, disputado no último domingo, 21 de outubro, no circuito de Interlagos, São Paulo, desbancando o inglês Lewis Hamilton, favoritíssimo ao título, e o espanhol Fernando Alonso, bicampeão mundial da categoria em 2005 e 2006, ambos da Mclaren.

Raikkonen chegou ao Brasil com pinta de azarão, e todas as atenções estavam voltadas para o líder e fenômeno da temporada, Lewis Hamilton, prestes a ser o primeiro estreante, negro, e o mais jovem piloto a conquistar um título mundial da Fórmula 1. Claramente preferido por sua equipe, a também inglesa Mclaren, em detrimento de seu companheiro Alonso, Lewis dependia de si mesmo, de uma postura de preservação, para escrever seu nome na história. O curso da corrida, entretanto, reservava-lhe sorte bem diferente.

Dada a largada, o inglês pareceu largar de marcha-a-ré: foi ultrapassado por Kimi Raikkonen - que, por sinal, quase se torna líder da prova na primeira curva - e por Alonso. A partir daí, denunciou-se a inexperiência e a fragilidade nunca demonstradas durante todo o campeonato: na tentativa de recuperar a posição em cima do companheiro de equipe, Hamilton perdeu o controle do carro, caindo mais algumas posições. O sonho do campeonato ia aos poucos se desfazendo.

A situação de Lewis ainda se complicaria mais: na volta 8, um erro na troca de marchas - camuflado pela equipe como "problemas de câmbio" - desacelerou sua Mclaren bruscamente, derrubando-o para a 18ª posição. Cabia-lhe apenas lutar, como de fato o fez. Em vão: naquele momento, a disputa polarizava-se entre Kimi e Alonso. Caía mais um piloto jovem que deixou a arrogância e a fama prejudicarem uma carreira que teve tudo para ser brilhante. Vai ser difícil, Lewis, causar impacto em 2008, pois você perdeu seu elemento-surpresa, já vai ser outro veterano.

Raikkonen e Fernando mantiveram-se nas posições adquiridas na 1ª volta por boa parte da prova. O espanhol demonstrava uma apática resignação, talvez conseqüência de correr com um motor de 2ª, já gasto, e por constatar que teria de voar baixo para combater o paredão da Ferrari.

Não se pode dizer que Kimi Raikkonen foi brilhante em Interlagos: foi, isso sim, preciso e impassivo diante da expectativa de ser campeão do mundo, características que o acompanharam ao longo do campeonato. Aliás, os três concorrentes demonstraram atributos que os capacitaram àquela disputa: Hamilton chegou várias vezes ao pódio, e soube correr tranqüilo enquanto passou despercebido e não se envolvia em rixas com o companheiro; Alonso é um piloto tecnicamente fantástico, com grandes chances de continuar no circo mesmo depois de aposentado, pois desenvolveu bem a Mclaren. Fora isso, manteve-se constante nas provas, sempre pontuando quando terminou os GP´s; Raikkonen, por sua vez, além das já mencionadas impassividade e precisão, recuperou-se espantosamente no decorrer da temporada e afundou o pé no acelerador quando foi líder, sendo aquele que mais vezes venceu em 2007, com 6 vitórias.

Felipe Massa fez bem o papel de escudeiro, mesmo com evidentes chances de ganhar a prova, mostrando que a Ferrari ainda consegue trabalhar em equipe, fato poucas vezes observado esse ano. Embora certamente quisesse o brasileiro como campeão, o time pouco ou nada fez em seu favor, além de lhe dar apoio moral; Kimi praticamente correu o campeonato por si só, apenas na última hora precisando de Jean Todt e companhia para conquistar o tão adiado título, que veio para coroar uma carreira gradualmente construída; o piloto já teve passagens pela Sauber e pela Mclaren, e nesta última esteve por duas vezes perto de conquistar a temporada, em 2003 e 2005, mas uma terrível falta de sorte - pois nas corridas seu desempenho era excepcional - o impediu do feito. Ironicamente, neste ano o azar passou longe de Kimi, o Homem de Gelo, o azarão que se esquivou das pressões e hoje tem a Finlândia e o mundo da velocidade a seus pés.

Perspectivas 2008:

Mais shows de Kubica e Rosberg (eles têm tudo pra deslanchar);

Respeito ao Alonso (se ele continuar na Mclaren...);

As cambalhotas de Nelsinho Piquet ( e a arrogância do pai vem de brinde);

Rubinho voltando a marcar pontos (melhora, BAR!);

Felipe Massa disputando o título (ele baixou um pouco mais a bola, merece);

Kimi, o homem a ser batido (em busca do bi)






2 comentários:

Lígia disse...

aaah, gostei do post!!
tu naum quer um emprego na globo naum? podiam tirar o burti e te colocar lah! =)

Lay disse...

;D
oi,
amei...
kimiiiiiiii!